“Sexualidade é para o feminismo o que o trabalho é para o marxismo.”


Fonte:   https://7uvw.xyz/ladodireitodaequidade/feministas/academicos/catharine-mackinnon/sexualidade-feminismo-marxismo/  

– Dra. Catharine MacKinnon (1946–), Escola de Direito, Universidade de Michigan, 1982.

“A sexualidade é para o feminismo o que o trabalho é para o marxismo: aquilo que é mais privado, mas na maioria subtraído. A teoria marxista argumenta que a sociedade está fundamentalmente construída das relações que as pessoas formam quando fazem as coisas necessárias para sobreviver humanamente. Trabalho é o processo social de moldar e transformar o mundo material e socialmente, criando as pessoas como seres sociais enquanto eles criam valor. É que a atividade pela qual as pessoas se tornam quem elas são. Classe é a sua estrutura, produção a sua consequência, capital a sua forma sólida, e controle a sua questão.

Implícito na teoria feminista está um argumento paralelo: a moldagem, direção e expressão da sexualidade organiza a sociedade em dois sexos: mulheres e homens, cuja divisão subjaz a totalidade das relações sociais. A sexualidade é esse processo social que cria, organiza, expressa, e dirige o desejo, criando os seres sociais que conhecemos como mulheres e homens, enquanto as suas relações criam a sociedade. Assim como o trabalho é para o marxismo, a sexualidade para o feminismo é socialmente construída ainda que por construir, universal como atividade ainda que historicamente específica, composta da conjunção da matéria e da mente. Como a expropriação organizada do trabalho de alguns para o benefício de outros define uma classe – os trabalhadores – a expropriação organizada da sexualidade de alguns para o uso de outros define o sexo, a mulher. Heterossexualidade é a sua estrutura, gênero e família suas formas sólidas, papéis sexuais suas qualidades gerais à persona social, reprodução sua consequência, e controle a sua questão.”


“Sexuality is to feminism what work is to marxism: that which is most one’s own, yet most taken away. Marxist theory argues that society is fundamentally constructed of the relations people form as they do and make things needed to survive humanly. Work is the social process of shaping and transforming the material and social worlds, creating people as social beings as they create value. It is that activity by which people become who they are. Class is its structure, production its consequence, capital its congealed form, and control its issue.

Implicit in feminist theory is a parallel argument: the molding, direction, and expression of sexuality organizes society into two sexes women and men, which division underlies the totality of social relations. Sexuality is that social process which creates, organizes, expresses, and directs desire,’ creating the social beings we know as women and men, as their relations create society. As work is to marxism, sexuality to feminism is socially constructed yet constructing, universal as activity yet historically specific, jointly comprised of matter and mind. As the organized expropriation of the work of some for the benefit of others defines a class – workers – the organized expropriation of the sexuality of some for the use of others defines the sex, woman. Heterosexuality is its structure, gender and family its congealed forms, sex roles its qualities generalized to social persona, reproduction a consequence, and control its issue.”

– Catharine A. MacKinnon, “Feminism, Marxism, Method, and the State: An Agenda for Theory”, Feminist Theory, Vol. 7, No. 3,pp. 515-544, 1982. http://www2.law.columbia.edu/faculty_franke/Certification%20Readings/catherine-mackinnon-feminism-marxism-method-and-the-state-an-agenda-for-theory1.pdf

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