“Homens estão mais expostos à violência e são ignorados por campanhas, serviços e políticas públicas.”


Fonte:   https://7uvw.xyz/ladodireitodaequidade/simone-alvim/homens-estao-expostos-violencia-ignorados-campanhas-servicos-politicas-publicas/  

– Dra. Simone Alvim, co-autora de Homens, Mulheres e Violência (2004) e co-diretora do documentário Em fim, Sós (2015), 2005.

“Com freqüência afirma-se que os homens são privilegiados, mas, atualmente, em relação à longevidade, propensão a doenças, mortes por causas externas (suicídio, crimes, acidentes), alcoolismo e drogas, eles estão mais ameaçados do que as mulheres. Pensando a partir destas estatísticas de deterioração pessoal, tal privilégio deve ser relativizado em função dos riscos e das prescrições para os papéis masculinos, os quais podem acarretar sérias conseqüências – sexuais, financeiras e com envolvimentos violentos (GIDDENS, 1993; MEDINA, 1992). Desde a década de 1980, as mortes violentas por causas externas constituem a segunda principal causa de óbitos no Brasil, confirmando a deterioração das condições da vida urbana. As taxas de mortalidade aumentaram muito mais para os homens do que para as mulheres, principalmente entre os mais jovens (SANT’ANNA; LOPES, 2002; SOUZA; MENANDRO, 2002; CORDEIRO; DONALISIO, 2001; NOLASCO, 2001; FREITAS; PAIM; SILVA; COSTA, 2000; BARATA; RIBEIRO; MORAES, 1999; DRUMOND JR.; LIRA; FREITAS; NITRINI; SHIBAO, 1999). Em termos estatísticos, se abstrairmos a dicotomia público/privado, pode-se observar que os homens estão, diariamente, mais expostos à violência, e nem por isso têm sido alvo de campanhas, serviços ou políticas públicas.”

– Simone Ferreira Alvim e Lídio de Souza, “Violência Conjugal em uma Perspectiva Relacional: Homens e Mulheres Agredidos/Agressores”, Psicologia: Teoria e Prática, 7(2): 171-206, 2005. http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/ptp/article/viewFile/1041/759

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