Mulher manda matar marido para ficar com dinheiro do seguro e viver com o amante


Fonte:   http://bit.ly/2irZ1dg  

– Plox, 2013.

Após quase 11 horas de julgamento, terminou por volta de 18h30, dessa terça-feira (24,) com a leitura da sentença feita pelo juiz Antonio Augusto Calaes, o julgamento de Nayza Nelle Silva, de 33 anos, e de seu ex- amante Cleidiomar Ferreira Dornelas, de 32 anos.

Eles foram condenados por quatro votos a três, a cumprirem – cada um – 15 anos de reclusão em regime fechado pela morte de Wallace Junio das Graças, de 34 anos, morto em um latrocínio forjado pelos réus na data de 18 de dezembro de 2012.

“Walace não esboçou qualquer tipo de reação”

O menor disse também ao delegado que em momento algum, Wallace esboçou qualquer tipo de reação. O menor conta ainda que ele, a todo o tempo pedia que levasse tudo o que desejasse, inclusive o carro. Neste momento o menor olhou para a mandante do crime (Nayza) e teve ordem para que disparasse os tiros. Após efetuar cinco disparos, que atingiram a região torácica da vítima, que subitamente caiu ao solo, ele ainda deu, o que os policiais chamam de “Tira-Teima”, ou seja, o sexto tiro, na cabeça da vítima, para constatar o serviço.

O menor, em seu depoimento, conta que logo em seguida fugiu na motocicleta e a guardou em sua residência. O veículo pertence ao pai de Cleidiomar, e teria sido o amante que forneceu a motocicleta e a arma.

O julgamento

O julgamento aconteceu no fórum da comarca de Ipatinga, no salão do júri, e teve seu início as 09h, com a presença dos familiares dos réus e da vítima, além de amigos. Nayza e Cleidiomar chegaram algemados.

O júri foi formado por cinco homens e duas mulheres. A promotoria foi representada por Francisco Ângelo de Assis. Em uma de suas falas ele disse: “trata-se de homicídio premeditado, dividido, pensado e calculado. Ela não confessou o crime ao delgado Rodrigo Manhães por ser boazinha e nem foi por livre e espontânea vontade. Confessou porque foi desmascarada. Ela é fria, não demonstra arrependimento, nem sequer um choro forçado conseguiu durante seu depoimento. Ela é Viúva Negra sim”, disse o promotor.

Ele acrescentou declamando aos jurados que “em nossa vida e morte, nós escolhemos nossa trajetória, e Nayza escolheu matar. Ela se enquadra no perfil de uma psicopata”.

Sobre Cleidiomar, o promotor disse que “ele agora culpa a infância difícil que teve, mas isto não serve de desculpa para ninguém. Ninguém pode usar do artifício de um passado sofrido para se resolver matando o primeiro que atravesse seu caminho. Ele visou o lucro. Eles, antes e depois do crime, se preocuparam em reembolsar o seguro no valor de R$11 mil. Temos diversas escutas telefônicas entre Nayza e Cleidiomar, após o crime, que evidenciam claramente o interesse. Ele escolheu o menor de idade, já premeditando que se caso algo viesse a tona, iriam acusar o menor de idade, pois saberiam que não iria dar em nada. Agora, a defesa dele alega que ele fez isto por amor. Que amor é este que mata?”, indagou a acusação ao júri.

Nayza se manteve a todo tempo calada e de cabeça baixa. Durante seu depoimento, ela disse que era infeliz no casamento. Ela acusou o marido de agredi-la, de traição, de ter tido um filho fora do casamento, disse que o marido bebia todos os dias, chegava em casa embriagado e que por várias vezes chegou ficar nu perante os filhos.

A filha do casal, uma adolescente de 15 anos, foi ouvida como testemunha de defesa em favor de sua mãe. Ela disse que o Walace era um pai ausente e agressivo. Disse ter presenciado muitas brigas entre os pais.

Outra testemunha ouvida foi a mãe da vítima, Sônia Rodrigues, que rebateu as acusações de que seu filho deixava faltar alimentos e que não era um bom marido e bom pai. A mãe de Walace, em certo momento ajoelhou-se perante o juiz na apelativa para que fosse feita Justiça em desfavor de sua ex-nora e do amante.

Cleidiomar em sua vez de depor, por várias vezes chorou, disse estar arrependido. Ele disse que a ideia de matar partiu de Nayza e que ele por diversas vezes tentou tirar da cabeça de sua amante o desejo de assassinar o marido, mas foi convencido pelos relatos da ré que dizia durante o relacionamento entre os dois que era constantemente agredida e estava sendo ameaçada de morte pela vítima.

Foi a partir do pedido dela, que Cleidiomar apresentou o menor de idade, de 17 anos, pessoa esta que ele alega que era o único que poderia empreender o plano de execução.

Os advogados dos acusados foram: José Constantino Filho, Kaster Lucio Rodrigues Abreu e Marco Tulio Ragaz. Eles, em suas defesas, apelaram pelo pedido de que seus clientes fossem julgados por homicídio privilegiado, cuja condenação vai de seis a 20 anos de prisão.

Entre acusações e defesas, a votação foi definida e o juiz declarou aos réus e aos presentes de que a soma pelas duas qualificadoras do crime que cometeram, ou seja, pelo crime de corrupção de menores e homicídio qualificado sem chance de defesa a vitima, a soma final resultou em 15 anos de prisão em regime fechado para cada acusado.

– Plox, “”Viúva Negra” e amante são sentenciados a 15 anos de prisão pela morte do marido”, 24.10.2013. http://bit.ly/29W506U

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