“Ideologia feminista promoveu políticas sociais só para mulheres e contra os homens.”


Fonte:   http://bit.ly/2fmSqwq  

– Andreia Machado & Marlene Matos, Universidade do Minho, 2012.

U. do Minho:

A prevalência da violência sobre o masculino na intimidade tem sido captada por um conjunto vasto de investigações internacionais. Estudos nos EUA estimam que, entre todas as vítimas de violência na intimidade, cerca de 25% a 50% são homens (Hines & Douglas, 2011). No Reino Unido, estimou-se que os homens, num ano, constituíam aproximadamente 43% das vítimas de violência na intimidade (Walby & Allen, 2005 as cited in Hines & Douglas, 2010a). Num estudo realizado no Canadá, ao longo de 5 anos, estimou-se que 47% das vítimas fossem homens (Laroche, 2005 as cited in Hines & Douglas, 2010a). No mesmo sentido, a meta análise de Archer (2000) revelou que, em mais de 80 estudos de violência física entre cônjuges heterossexuais, 35% das vítimas feridas pelo cônjuge e 39% daqueles que necessitaram de tratamento médico eram homens.

Em Portugal, ainda que os estudos nesta área sejam escassos, é possível atestar a relevância social deste fenómeno sobre os homens, recorrendo a alguns indicadores nacionais: em 2010 recorreram à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) 934 homens (APAV, 2010). No que se refere às participações deste crime às forças de segurança, das 31.235 queixas em 2010, 15% foram apresentadas por homens (DGAI, 2010). Os números encontrados na violência no namoro implicam também reflexão, na medida em que não demonstram as disparidades normalmente associadas ao sexo, revelando que as raparigas perpetram, frequentemente, agressões aos cônjuges (Caridade, 2008). Outro indicador decorre do estudo de Carmo e colaboradores (2011), o qual revelou que, entre 2007 e 2009, das 535 vítimas de violência na intimidade atendidas no Instituto de Medica Legal (IML) do Porto, 11,5% eram homens.

O impacto desta forma de violência sobre os homens está igualmente documentado em vários estudos a nível internacional. Estes reportam que os homens experienciam níveis significativos de agressões físicas e impacto psicológico causado pela violência de que são alvo pelas cônjuges (Finney, 2006; Hines & Douglas, 2011; Watson & Parsons, 2005). A título de exemplo, podemos referir vários estudos quantitativos: Coker et al., 2002; Hines, 2007; Hines & Douglas, 2010a,b; Tjaden & Thoennes, 2000) e qualitativos (e.g., Dansky, Byrne & Brandy, 1999 as cited in Hines & Douglas, 2011; Ehrensaft et al., 2004 as cited in Hines & Douglas, 2010a; Hines et al., 2007).

No que respeita à intervenção, em outubro do ano 2000 surgiu, nos EUA, a primeira linha de apoio a homens vítimas de violência na intimidade – The domestic abuse helpline for men (DAHM) – (Hines et al., 2007; Hines & Douglas, 2010b). Esta linha é a única nesta área já que, até então, as informações referentes às dinâmicas do relacionamento íntimo eram recolhidas, apenas, junto de mulheres (Hines et al., 2007). Com os dados recolhidos por Hines e colaboradores (2007) (N=246) é possível afirmar que os homens são, igualmente, vítimas de violência severa na intimidade e que relatam temer pela sua própria vida, que têm medo das suas companheiras, que estas os perseguem e que os tentam controlar (Hines et al., 2007). Estes homens experienciavam diversos comportamentos abusivos por parte das suas companheiras, muitos dos quais estão contemplados na roda do poder e do controlo do modelo Duluth (Pence & Paymar, 1983 as cited in Hines et al., 2007) – um modelo concebido para mulheres vítimas de violência na intimidade. Tais comportamentos, como agressão económico, intimidação, isolamento social, ameaças, agressão emocional e culpa e minimização não são comportamentos exclusivos dos homens perpetradores de violência na intimidade. Além disso, os autores alteraram a categoria da roda “privilégios masculinos” para refletir as experiências de vitimação masculina: muitos destes homens eram vítimas das suas companheiras quando estas usavam o sistema judicial e social a seu favor, na medida em que a sociedade está estruturada para prestar apoio às mulheres (Hines et al, 2007). No que se refere à violência física, as mulheres usam táticas como bofetadas, pontapés, murros e agarrar os seus companheiros durante o conflito. Além disso, este estudo revelou alguns comportamentos adicionais a que as mulheres recorrem, como por exemplo, atacar a zona genital, arranhões, cuspir sobre eles, comportamentos que não são captados pela escala CTS. Por outro lado, muitos dos homens revelaram ter sido vítimas de formas de violência física graves e que colocaram em risco as suas vidas, outros relataram ter necessitado de assistência médica e um homem revelou ter sido vítima de violência sexual (Hines et al., 2007). A mesma equipa de investigação (Hines & Douglas, 2010b; Hines & Douglas, 2011) conduziu, nos EUA, o primeiro estudo em larga escala com homens vítimas de violência (N=302), que revelou um padrão de vitimação consistente com o terrorismo íntimo proposto na categorização de Johnson, já que os homens sustentam ser vítimas de violência física e psicológica pelas suas cônjuges. Os dados recolhidos no Canadá, em 1999, indicaram, igualmente, impacto psicológico da violência nos homens. Neste sentido, como resultado do agressão que experienciaram, 29% dos homens agredidos mencionaram sentir-se zangados, confusos ou frustrados, 26% reportaram raiva e 21% relataram sentimentos de dor ou desapontamento. Além disso, há outros indicadores que importa considerar, por exemplo, ao nível do impacto económico, já que o custo para a produtividade é significativo – 11% dos homens vítimas reportaram que faltaram ao trabalho na sequência das agressões de que foram alvo (Canadian Centre for Justice Statistics, 2000). Estudos realizados na Austrália fornecem evidência no mesmo sentido (e.g., Bagshaw & Chung, 2000; Mulroney & Chan, 2005). Além das consequências físicas, a investigação tem apontado consequências psicológicas decorrentes da vitimação masculina. Em particular, foram encontradas associações entre a violência na intimidade e a Perturbação de Stress Pós-Traumático (PTSD) (e.g., Hines, 2007), depressão (Cascardi & O´Leary, 1992 as cited in Hines, 2007) e ideação suicida (Chan et al., 2008 as cited in Hines, 2007). Da mesma forma, análises narrativas também captaram o sofrimento emocional dos homens (e.g., Mulroney & Chan, 2005). Se, por um lado, as mulheres se debatem com os homens violentos e com as normas sociais, as atitudes e as estruturas que lhes retiram poder, por outro, os homens debatem-se com a manutenção de um ideal masculino – um ideal que se espera que sejam auto-confiantes e independentes, bem como mais resistentes e mais fortes que as mulheres (Migliaccio, 2002 as cited in Hines, 2007). Tal como para as mulheres, para os homens a vitimação física está associada a um maior risco de ter uma saúde débil, sintomas depressivos, agressão de substâncias e ao desenvolvimento de uma doença crónica ou doença mental e ferimentos (Coker et al., 2000). Uma das explicações para que as consequências psicológicas da violência sejam semelhantes para homens e para mulheres é, no caso das mulheres, além de terem de lidar com a violência, lidarem com um discurso social que as enfraquece e as vulnerabiliza. E, no caso dos homens, é por terem de lidar com uma sociedade que os concebe como o sexo forte e que não lhes “permite” o papel de vítimas (Lupri, 2004). A este respeito, de facto, uma parte da norma social de várias sociedades entende que os homens são mais fortes, são o sexo dominante e que exercem esse poder sobre as suas companheiras (Hines & Douglas, 2010a,b). Além disso, tal como já foi supracitado, a violência dos homens contra as mulheres é considerada mais grave do que a violência das mulheres contra os homens (Flood, 2005; Hines & Douglas, 2010a,b).

Vítimas no masculino: com que obstáculos se deparam?

A perceção da sociedade acerca das diferenças de gênero parece influenciar, também, a procura de ajuda por parte dos homens. Com efeito, esta perceção enfatiza a sua capacidade física para afastar o agressão, bem como as expectativas sociais acerca da capacidade física e económica para resolver os seus próprios problemas (Hines & Douglas, 2010a,b).Consequentemente, os homens vítimas não admitem a sua condição e não procuram ajuda profissional (Barber, 2009 as cited in Shuler, 2010; Flood, 2007; Hines, 2007). Por outro lado, muitos homens receiam procurar ajuda por recearem ser conotados como os agressores, especialmente se se defenderam a si próprios (Hines, 2007). De facto, este duplo critério da sociedade e das entidades responsáveis no tratamento de homens e de mulheres vítimas resulta no facto de inúmeros homens não procurarem ajuda, nem o sistema judicial (Shuler, 2010).

As investigações acerca da saúde e da utilização dos serviços de saúde revelam que os homens apresentam menor probabilidade do que as mulheres de procurar ajuda (Noone & Stephens, 2008 as cited in Tsui, Cheung & Leung, 2010). Desta forma, é notório que, quando os homens são vítimas de violência na intimidade pelas suas cônjuges, enfrentam lutas de reconciliação entre a sua vitimização e a perceção acerca da sua masculinidade (Reutoul & Appleboom, 1997 as cited in Tsui et al., 2010). Um estudo qualitativo levado a cabo por Tsui e colaboradores (2010) demonstrou que os homens não procuram ajuda devido aos obstáculos sociais e à falta de apoio. Os obstáculos incluem a vergonha e o embaraço, o medo, a negação, a estigmatização, e mais importante, o facto de os homens não serem tratados como iguais pelos serviços de apoio. Na sociedade, o homem é percecionado como a vítima “inaceitável” de violência na intimidade, sendo que ser um homem vítima na intimidade é para muitos um tabu (Kimmel, 2002 as cited in Tsui et al., 2010). Outro dado deste estudo é igualmente suportado por Tjaden e Thoennes (2000): a maioria dos homens não reporta os atos de que é alvo, porque não consideram que as outras pessoas os possam ajudar a resolver os seus problemas internos. Como resultado, tendem a minimizar o seu agressão e tentam evitar o estigma social acerca da sua incapacidade de se proteger. Consequentemente, na generalidade escondem ou negam que foram vítimas de violência na intimidade (Tsui et al., 2010). Os dados encontrados por Hines e Douglas (2010b) e Tutty (1999), suportam, igualmente, estas evidências.

Conclusões

A violência, seja de que tipo for, e seja cometida por homens ou por mulheres, é claramente inaceitável. As respostas às questões sobre se os homens e as mulheres são, ou não, igualmente violentos ou sofrem consequências iguais nas suas relações heterossexuais, varia consoante o foco da investigação, a definição de violência utilizada, a amostra e os tipos de investigação e os instrumentos utilizados (Archer, 2000; Bagshaw & Chung, 2000; Kelly & Johnson, 2008; Matos, 2006).

Não obstante, esta revisão revelou um número de distintos e de incontestáveis factos, na medida em que demonstrou que a violência contra os homens na intimidade é um problema real e mais comum do que somos levados a acreditar sob um inicial olhar enviesado (Carney, Buttell & Dutton, 2007; Sarantakos, 1999). De facto, vários estudos documentam que os homens também são vítimas de violência física em relações heterossexuais (e.g., Archer, 2000; Carney et al., 2007; Tjaden & Thoennes, 2000). Além disso, a investigação tem igualmente demonstrado que estes experienciam sintomas psicológicos significativos como resultado da violência na intimidade (e.g., Hines, 2007).

Assim, de uma forma mais geral, a revisão da literatura demonstra que a violência na intimidade não é um problema homogéneo que ocorre de uma forma única, em que os homens são apenas perpetradores e as mulheres apenas vítimas (Graham-Kevan & Archer, 2005; Dutton, 1994; Sarantakos, 1999). A noção que predominava de que a violência na intimidade acontecia num só sentido é uma falácia conceptual, que é inconsistente com a perspetiva da violência como sendo perpetrada por ambos os sexos ou como sendo bi-direcional (Lupri, 2004; Straus, 2008).

Embora muitas mulheres sofram nas mãos dos seus companheiros e tenham maior probabilidade de ser alvo de lesões mais graves, presumir que estas apenas agridem em auto-defesa é inconsistente com a abundante evidência empírica que tem emergido nas últimas duas décadas (Hines & Malley-Morrison, 2001; Medeiros & Straus, 2006). Se é verdade que os homens, tendo mais força física, usam violência física mais vezes do que as mulheres, também parece ser verdade que as mulheres recorrem, mais frequentemente, a armas, de modo a criar uma vantagem (Dutton & Nicholls, 2005; George, 2003; Lewis & Saratakos, 2001).

Por outro lado, os dados sobre a violência na intimidade nos casais homossexuais e os números encontrados na violência no namoro enfatizam a insuficiência da explicação da violência como um problema de gênero (e.g., Casimiro, 2008; Dutton, 1994; Holtzworth-Munroe, 2005; Straus, 2008).

As comparações de gênero – homem-mulher e mulher-homem – devem lembrar que devemos respeitar ambas as partes envolvidas na violência na intimidade. O foco exclusivo na violência dos homens sobre as suas cônjuges ignora as complexas dinâmicas deste fenómeno. Assim, a caracterização da violência na intimidade perpetrada contra os homens é importante para melhor entendermos este fenómeno (Carmo et al., 2011; Graham-Kevan & Archer, 2005). Além disso, cria uma barreira para se encontrar uma solução igualitária para um problema social que afeta cônjuges de ambos os sexos (Lupri, 2004).

Uma maior compreensão deste complexo e multifacetado processo, bem como dos seus efeitos nos homens vítimas é vital para o desenvolvimento de serviços de apoio e de intervenção junto desta população (McCollum & Sith, 2008; Holtzworth-Munroe, 2005; Randle & Graham, 2011). De resto, continuar a ignorar as especificidades desta problemática inviabilizará o apoio necessário e a proteção devida às vítimas destes comportamentos e impedirá o objetivo último de erradicar a violência na intimidade. É tempo de fazer um esforço para acabar com todos os tipos de violência na intimidade, e não apenas com a violência sobre as mulheres, até porque acabar com todos os tipos de violência é crucial para proteger as mulheres (Straus, 2010).

Interessa, assim, conhecer mais aprofundadamente a violência cometida pelas mulheres sobre os seus cônjuges, o que despoleta essa violência, o tipo de atos e as formas de violência praticadas. Essa informação ainda é incipiente na literatura e indicará pistas sobre a intervenção e a prevenção deste fenómeno (e.g., HoltzworthMunroe, 2005; Kelly & Johnson, 2008). É também importante que os investigadores considerem sub-tipos de mulheres perpetradoras que podem recorrer a esta forma de violência por diversos motivos (Dasgupta, 2002; Graham-Kevan & Archer, 2005).

Por fim, devido às potenciais diferenças entre homens e mulheres nos comportamentos e nas motivações para a agressão, as intervenções têm de ser mais específicas para atingirem uma maior eficácia (Swan et al., 2005; Swan et al., 2002). Além disso, é essencial encorajar os homens vítimas que necessitem de serviços a requerer esse apoio. Apenas dessa forma os profissionais ficarão sensibilizados para as dificuldades que os homens enfrentam e desenvolverão serviços cada vez mais específicos para esta população. Mais investigação sobre as experiências dos homens vítimas é essencial para estimar a extensão e a severidade deste problema (Hines & Douglas, 2010b). A pouca investigação conduzida levanta mais questões do que aquelas a que responde (Tutty, 1999).

Neste sentido, urge desenvolver investigação que permita (re)conhecer este fenómeno como uma problemática social e adotar medidas de prevenção e de intervenção que respondam eficazmente às necessidades destas vítimas. A literatura indica que os aspetos futuros que a investigação neste âmbito deverá incluir são: a) validação de medidas de avaliação desenhadas para avaliar as consequências da violência na intimidade em homens; b) investigação qualitativa sobre as experiências dos homens vítimas de violência na intimidade, dada a ausência de estudos que possam atestar se os homens são, ou não, vítimas, por exemplo, de terrorismo íntimo; c) estudos sistemáticos sobre o efeito da violência na intimidade nos homens e quais os seus custos a nível económico e social.

Diríamos, assim, que a pertinência do estudo que estamos atualmente a desenvolver – centrado na caracterização do fenómeno da violência heterossexual contra os homens, exercida na intimidade, a partir da perspetiva das vítimas – se prende com a sua recente emergência social, aliada ao desconhecimento da sua dimensão e ao impacto nas vítimas. Propomo-nos, por um lado, a identificar o tipo, a natureza, a extensão e os custos da violência contra os homens no contexto das relações íntimas em Portugal e, por outro, a aceder aos significados e à vivência experiencial dos mesmos, bem como aos motivos que os inibem de procurar ajuda.

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