– JusBrasil, 2009.
A empresária Roselani Radaeli D´Avila, 45 de idade, matou o marido Flávio Machado D´Avila, por volta das 5h38 de terça-feira, para evitar ser internada em um clínica devido a um quadro de depressão. O casal não tinha filhos.
“Ela disse que não poderia ser internada na segunda-feira por ter documentos e assuntos da fábrica para tratar. Então, ela passou a madrugada de segunda-feira para terça acorda, foi na cozinha, pegou a faca” – revela a policial. Depois, Roselani ficou horas criando coragem para cometer o primeiro homicídio, às 5h38, sete minutos antes de o relógio despertar.
“Ela estocou o marido, que não morreu logo e ficou se debatendo. Ela colocou o travesseiro no rosto dele. D´Àvila caiu no chão, continou agozinando no chão e morreu”, relata a delegada.
As duas empresas da família – Maria Gabriell Calçados Ltda. e Avelo Lucca Calçados – estavam com sérios problemas financeiros. O apartamento onde o casal residia – num prédio classe A em Novo Hamburgo, na Rua Maurício Cardoso, está penhorado.
Ainda conforme a policial, após matar o marido Roselani tomou banho e guardou a faca bolsa. Pegou um táxi, foi para a empresa, trabalhou normalmente e disse que o marido estaria em Gramado tentando vender um apartamento. Na verdade, ele já estava morto.
Por volta das 15h, Roselani foi a um banco fazer pagamentos; passou na igreja, de onde ligou pedindo que a irmã Rosângela Radaeli Picinini de Freitas, 44 anos, a buscasse.
A seguir, pegou a sobrinha Maria Francisca Radaeli de Freitas, 6 anos, para ir numa lancheria. Conversaram, e foram para casa da irmã. Roselani brincou com a criança e esperou que ela e sua mãe dormissem.
Por volta das 4h30 da madrugada desta quarta, Roselani estocou o pescoço da irmã. A menina acordou e Rosângela também. “Elas entraram em luta corporal e Rosângela mandou que a menina fosse chamar socorro. Maria Francisca foi para a porta do apartamento e a Roselani foi atrás, seguida pela irmã ferida. Ela se virou e matou Rosângela na frente da criança. Em seguida, ao mesmo tempo em que esfaqueava a sobrinha, se esfaqueava, de forma alternada” – revela a delegada.
Um vizinho do outro lado da porta perguntava o que ocorria no apartamento. Sem resposta convicente, pediu auxílio de um parente de Roselani, que morava perto. A porta foi arrombada e parte da extensão da tragédia foi constatada. A polícia foi chamada.
No apartamento do casal – a algumas quadras dali – estava o restante do desfecho trágico: o corpo do marido – assassinado 23 horas antes – já em estado de rigor cadavérico, foi encontrado coberto por um lenço. A cabeça disforme estava acomodada sobre um travesseiro.
Roselani se recupera, num hospital, das lesões por tentativa de suicídio. Quanto tiver alta será levada ao presídio – sua prisão preventiva já foi decretada.
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