“O feminismo de Hillary só beneficia mulheres já privilegiadas, e às custas de suas empregadas.”


Fonte:   http://bit.ly/2dQDcUu  

– Dra. Nancy Fraser, Depto de Filosofia e Ciência Política, New School for Social Research, EUA, 2015.

“Hillary Clinton tem sido uma feminista de carteirinha há décadas, ela começou sua carreira defendendo em prol das crianças e mulheres, ela é famosa por seu discurso na ONU sobre os direitos das mulheres serem direitos humanos, ela tem sido confiavelmente a favor da legalização do aborto e assim por diante. Então, se isso tudo se encaixa no lado do reconhecimento, ela esteve lá, e de uma forma mais explícita, e mais proeminente que o Bernie Sanders. Mas, por outro lado, que tipo de feminismo é esse? Clinton incorpora um certo tipo de feminismo neoliberal que está focado em quebrar o teto de vidro, leaning in [N.T.: em referência ao livro Lean In, de Sheryl Sandberg, COO do facebook]. Isso significa que a remoção de barreiras que impediriam, mulheres já privilegiadas, altamente qualificados, que já têm uma quantidade elevada de capital cultural e outras formas de capital para subir em hierarquias de governo e de empresas. Este é um feminismo cujos principais beneficiários são bastante mulheres privilegiadas, cuja capacidade de subir baseia-se no enorme estoque de trabalho precarizado de muito baixa remuneração, muitas vezes racializado, e que também é muito feminizado.”


“Clinton has been a card-carrying feminist for decades, she started her career doing advocacy for children and women, she’s famous for her UN speech about women’s rights are human rights, she’s been reliably pro-choice and so on. So if that all fits into this sort of recognition side, she’s been there, and in a more explicit, and front-and-center way than Sanders. But, on the other hand, What kind of feminism is this? Clinton embodies a certain kind of neoliberal feminism that is focused on cracking the glass ceiling, leaning in. That means removing barriers that would prevent rather privileged, highly educated women who already have a high amount of cultural and other forms of capital to rise in the hierarchies of government and business. This is a feminism whose main beneficiaries are rather privileged women, whose ability to rise in a sense relies on this huge pool of very low-paid precarious, often racialized precarious service work, which is also very feminized that provide all the care work.”

– Nancy Fraser, em entrevista com Álvaro Guzmán Bastida, “Nancy Fraser / Feminist Intellectual: ‘Clinton embodies a neoliberal kind of feminism which mostly benefits privileged women'”, El Contexto lo es Todo, 20.04.2016. http://bit.ly/2dQCZAN

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