“Palmada em crianças produz adultos limitados, desequilibrados e violentos.”


Fonte:   http://bit.ly/2adicp3  

– Dra. Elizabeth Gershoff (Faculdade de Desenvolvimento Humano e Ciência da Família, U. do Texas) e Dr. Andrew Grogan-Kaylor (Depto de Assistência Social, U. do Michigan), 2016.

Quanto mais palmadas as crianças levam, maior é o risco de elas apresentarem comportamento anti-social, agressividade, problemas de saúde mental e dificuldades cognitivas. Essa foi a conclusão de um estudo feito por pesquisadores da Universidade do Texas e da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos e publicado na revista científica Journal of Family Psychology em abril.

Os pesquisadores se detiveram em estudos feitos nos últimos 50 anos com 160 mil crianças. Eles analisaram resultados associados a surras, palmadas e outros tipos de castigo físico.

– Em nossa pesquisa percebemos que a intenção dos pais ao usar as palmadas não se cumpriu nem imediatamente, nem a longo prazo – explicou Elizabeth Gershoff, professora de desenvolvimento familiar da Universidade do Texas.

O conceito de palmada utilizado no estudo foi definido como bater de mão aberta no bumbum ou nas extremidades do corpo. Todos os efeitos examinados apontaram resultados prejudiciais às crianças.

– A conclusão é de que a palmada aumenta a probabilidade de uma grande variedade de resultados indesejados para crianças. Apanhando, por exemplo, elas fazem o oposto do que os pais geralmente desejavam – disse Grogan Kaylor, coautor do estudo.

Elizabeth e Kaylor testaram também alguns efeitos a longo prazo entre os adultos que apanharam quando crianças. Aqueles que foram castigados mais vezes apresentaram comportamento anti-social e tinham maior risco de problemas de saúde mental. Eles também foram mais propensos a apoiar o castigo físico em seus próprios filhos.

– Nós sabemos que a palmada e o abuso físico são coisas distintas. No entanto, nossa pesquisa mostra que as crianças que levaram palmadas apresentaram os mesmos resultados daquelas que sofreram abuso, apenas em grau um pouco menor – disse Gershoff.

– Zero Hora, “Crianças que levam palmadas correm mais riscos de ter problemas mentais, aponta estudo”, 3.05.2016. Fonte: http://bit.ly/2adhZlZ

“Se castigo físico em criança ajuda ou atrapalha continua sendo assunto de muito debate tanto entre pesquisadores quanto entre o público. Este artigo endereça 2 questões persistentes: se o tamanho do efeito da palmada é distinguível de violência física, e se o tamanho do efeito é robusto a diferentes metodologias de pesquisa. As meta-análises focadas especificamente na palmada foram conduzidas sobre um total de 111 diferentes tamanhos de efeito, somando 160.927 crianças. Treze de 17 tamanhos médios de efeito são significativamente diferentes de zero e todos indicam uma relação entre castigo físico e maior risco de prejuízo à criança. Não há muita diferença no tamanho do efeito entre castigo físico e violência física, ou nas diferentes metodologias de pesquisa.”

“Whether spanking is helpful or harmful to children continues to be the source of considerable debate among both researchers and the public. This article addresses 2 persistent issues, namely whether effect sizes for spanking are distinct from those for physical abuse, and whether effect sizes for spanking are robust to study design differences. Meta-analyses focused specifically on spanking were conducted on a total of 111 unique effect sizes representing 160,927 children. Thirteen of 17 mean effect sizes were significantly different from zero and all indicated a link between spanking and increased risk for detrimental child outcomes. Effect sizes did not substantially differ between spanking and physical abuse or by study design characteristics.”

– Elizabeth Gershoff e Andrew Grogan-Kaylor, “Spanking and child outcomes: Old controversies and new meta-analyses.”, Journal of Family Psychology, Vol 30(4), junho 2016, 453-469. Fonte: http://bit.ly/2as2V0F

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