Menina mentiu estupro e atleta perde carreira, bolsa de estudos e 5 anos na prisão


Fonte:   http://bit.ly/2976eKG  

– Community of the Wrongly Accused, 2012.

No dia 8 de Julho de 2002, Brian Banks, um linebacker da “Beach Poly High” (16 anos, 1,93m de altura e 102 quilos de peso) sentia-se no ponto mais alto do mundo. Ele era um atleta fortemente requisitado por um certo número de universidades, incluindo a USC (que se havia comprometido a oferecer-lhe uma bolsa de estudo a 100%). Mas antes do dia terminar, o seu mundo seria transtornado por completo.

Pouco antes do meio dia, Brian dirigia-se para a sua escola, para falar das suas candidaturas universitárias, quando se encontrou com Wanetta Gibson, uma colega de 15 anos. Brian já a conhecia desde a “middle school” [ed: períodio intermédio da escola secundária]. Eles não se encontravam romanticamente envolvidos mas decidiram passar alguns minutos juntos numa alcova isolada da escola. “Beijamo-nos, acariciamo-nos, tocamo-nos, mas nunca tivemos qualquer tipo de relação sexual,” disse Brian. Antes de cada um seguir o seu caminho, Brian fez o erro de dizer algo a Wanetta que a deixou zangada.

Mais tarde nesse dia, Brian soube que algo se passava quando viu um certo número de polícias perto da sua escola. Pouco depois, ele viu Wanetta a sair da escola acompanhada pela policia. Brian nunca tinha tido problemas com a polícia, mas agora sentia que o seu coração iria sair para fora do seu corpo, de tanto bater.

A Mentira

Antes de Brian chegar, Wanetta havia dito à polícia que Brian a havia estuprado. Brian disse mais tarde que ela não queria que a sua família soubesse que ela era sexualmente activa. Wanetta disse que cruzou com Brian quando supostamente tinha saido da sua aula de História por volta das 11:45 a.m. (para se dirigir à casa de banho). Depois dela sair da casa de banho, Brian alegadamente agarrou nela, e empurrou-a para dentro do elevador, que supostamente subiu um andar.

Depois disto, Brian alegadamente forçou Wanetta a sair do elevador, arrastando-a através do hall e passando por dois lances de escadas até chegarem a uma alcova isolada. Supostamente foi aqui que Brian a violou durante cerca de 15 a 20 minutos. Wanetta alegou que Brian ejaculou dentro dela.

Brian foi preso e acusado – como adulto – por estupro e sodomia forçada. Mais tarde, ele foi encarcerado. “Acreditamos que isto é um incidente isolado,” declarou Jana Blair (policia de Long Beach), assegurando ao enervado público tanto a segurança da escola, como a veracidade da alegação de Wanetta Gibson.

Desde o princípio, Brian afirmou que o encontro romântico havia sido consensual, e que não havia ocorrido qualquer tipo de relação sexual. Menos de um mês depois da prisão de Brian, o co-director da escola onde, até algumas horas atrás, Brian era considerado uma estrela, declarou que Brian “não mais voltará à escola, independentemente do resultado do procedimento judicial.”

Porquê? Mesmo que Brian fosse ilibado das acusações, o porta-voz da “Long Beach Unified School District”, Dick Van Der Laan, disse que Brian havia violado as linhas orientadoras e o código disciplinar do distrito porque ele, alegadamente, havia tido uma relação sexual consensual em terreno escolar. Ninguém perguntou se Wanetta Gibson receberia o mesmo tipo de tratamento se mais tarde se apurasse que a sua alegação de violação era falsa.

A História de Wanetta Gibson Não Faz Qualquer Tipo de Sentido

Não houve testemunhas para a alegada violação, e a história de Wanetta não era coerente. Por exemplo, ela afirmou que Brian havia ejaculado dentro dela, mas não foi encontrado sémen algum – nem uma única molécula. Justin Brooks do “California Innocence Project” explicou:

Ela disse que limpou tudo com uma toalha de papel, mas isso é impossível.

De facto, não havia qualquer tipo de evidência física que suportasse a história de Wanetta Gibson. Justin Brooks explicou também que a logística da história de Wanetta não fazia sentido:

Para o Brian tê-la levado da casa de banho para o elevador, ele teria que passar por várias salas de aulas.Alguém teria visto ou ouvido algum tipo de luta.

A história de Brian – que o encontro havia sido consensual – era, na opinião de Brooks, “a única que fazia algum tipo de sentido.”

Books conclui que Brian nunca deveria ter sido acusado. . . Houve um trabalho policial desleixado, e nem sei o nível de escrutínio que a acusação fez.

Um antigo promotor da “Los Angeles County”, especializado em crimes sexuais, afirmou perante um repórter que, “o Promotor nunca deveria ter avançado com este caso; em vez disso, o mesmo deveria ter sido abandonado imediatamente” devido a ausência de qualquer tipo de evidência ADN e também devido às declarações inconsistentes de Wanetta em torno do que aconteceu.

1 Milhão e Meio de Dólares Para Wanetta Gibson

Depois da alegação de violação, os órgãos de informação entraram em contacto com a mãe de Wanetta Gibson, que afirmou estar irritada com a falta de segurança da escola.

Cheguei a um ponto onde já nem quero deixar as crianças ir para a escola. . . . Verdadeiramente, não existe um sítio seguro para elas. Seria de pensar que na escola estariam seguras, mas não foi isso que aconteceu.

A mãe de Gibson deu entrada a um processo legal contra o distrito escolar de Long Beach devido à suposta falta de segurança da escola que causou o suposto incidente envolvendo Wanetta. Chegou-se a um acordo antes do julgamento, e Wanetta recebeu 1 milhão e meio de dólares ($1.500 000), dividindo metade com o advogado e retendo $750,000.

Por outro lado, e como forma de pagar a advogada, a mãe de Brian viu-se forçada a vender a casa e o carro, bem como a pedir emprestado elevadas somas de dinheiro à família.

Wanetta afirmou que tentou “revelar toda a verdade” e admitir a mentira . . . mas o advogado disse “Não digas nada. Tipo, nem fales. Deixa que eles façam o que têm a fazer.”

Os Estereótipos

Enquanto isso, Brian ficou na prisão durante um ano enquanto o seu caso serpenteava pelos tribunais. Brian enfrentava uma pena de 41 anos de prisão, se convicto; por esta altura a advogada levava a cabo esforços para o convencer a litigar um acordo. Finalmente, ela disse a Brian que ela havia obtido um acordo bastante favorável, urgindo para que Brian o aceitasse. O acordo resumia-se em ele não contestar as acusações de violação e rapto. Ela disse a Brian que isto provavelmente resultaria em 18 meses adicionais de prisão para além do ano que ele havia já cumprido.

Num caso envolvendo “ele disse/ela disse”, onde as evidências não davam apoio às acusações levantadas pela suposta vítima, Brian disse que a advogada o tinha dito que, se o caso fosse para tribunal, ele perderia. E porquê? “Se tu fores para aquela sala de tribunal,” Brian lembra-se dela dizer, “o júri automaticamente verá um enorme adolescente negro, e assumir automaticamente que és culpado.”

Mais tarde, Justin Brooks (California Innocence Project) afirmou que, inquestionavelmente, o racismo desempenhou um papel no que aconteceu. Segundo Brooks, a primeira advogada de Banks disse ao adolescente que, uma vez que ele era grande, negro e jovem, o julgamento seria a sua palavra contra a dela [Wenetta]; devido a isto, disse a advogada, Brian deveria aceitar o acordo.

A “Escolha” Que Nunca Chegou a Ser

Brian, então com 17 anos, alega que a sua própria advogada negou o seu [do Brian] pedido para consultar os seus pais sobre o assunto do acordo, e que ele teve apenas 10 minutos para decidir. Brian sentou-se e chorou. Finalmente, decidiu que 18 meses era “muito melhor que 41 anos a prisão perpétua”. Ele afirma:

Foi-me vendido um sonho.

Mas Brian não obteve os 18 meses que esperava. Em vez disso, Brian foi condenado a seis anos de prisão, seguidos de 5 anos de liberdade condicional, e um registo permanente como um criminoso sexual — esta última como forma da sua comunidade estar sempre segura em saber onde é que Brian se encontrava. Para além disso, Brian seria forçado a usar um dispositivo de rastreamento GPS no seu tornezelo. Ele não tinha também permissão para viver a menos de ~610 metros (2,000 pés) duma escola ou dum parque; ele tinha um tempo de recolher obrigatório; ele não poderia sair do país sem autorização; ele não poderia sair do Estado sob nenhumas circunstâncias.

Justin Brooks afirmou:

No que se trata a este acordo, Brian recebeu mau aconselhamento legal. A advogada deveria ter levado as coisas até ao tribunal. Nem consigo imaginar alguém não levar isto até ao tribunal uma vez que Wanetta tinha proferido muitas declarações inconsistentes.

O sistema falhou.

Brian também se apercebeu rapidamente do mesmo:

A minha mãe vendeu a casa, o carro, e pediu emprestado dinheiro à família para pagar a advogada que nos representava, e tudo o que obtivemos foi um acordo . . . um acordo que destruiu a minha vida.

Brian passou mais de 5 anos atrás das grades por um crime que não cometeu. Cinco anos, no primor da vida, quando poderia estar a jogar futebol a nível universitário ou profissional.

Sem dinheiro, Brian tentou, sozinho, um recurso legal, mas não foi bem sucedido. Foi então que ele recorreu ao “California Innocence Project.”

‘Livre’

Mesmo depois do fim do seu encarcermento, Brian foi incapaz de levar uma vida normal.

Tenho estado desempregado desde que saí da prisão. Só tive um verdadeiro emprego, e foi a trabalhar num armazém. Para sobreviver, tive que viver com a minha mãe, depois com a minha namorada, e nos últimos 7 ou 8 meses, tenho vivido com o meu irmão.

Foi então que algo espantoso aconteceu. Em Março de 2011, e assim do nada, Wanetta Gibson entrou em contacto com Brian através do facebook, e disse que queria reconciliar a amizade. “Ela não exibiu qualquer tipo de remorso,” afirmou Brian. Wanetta afirmou:

Pensei que eu e tu poderíamos deixar para trás o que aconteceu. O que passou, passou. Naquela altura, eu era imatura, mas hoje sou muito mais madura.

Brian ficou perplexo. Ele rapidamente fechou o portátil e pensou “O que foi que eu acabei de ver?”. Brian pensou que alguém estava a pregar-lhe uma partida maldosa, mas ele manteve-se calmo.

Depois de ter recebido aquele pedido de amizade através do Facebook, entrei em contacto com ela. Quando nos encontramos frente a frente, o meu único propósito foi o de secretamente gravar retratação.

Wanetta concordou em encontrar-se com Brian e com um investigador privado, Freddie Parish. Porque é que Wanetta concordou em encontrar-se com Brian? Brian é de opinião de que ela tentava uma reconciliação. Uma fonte que trabalhou no caso afirmou:

Se vocês forem ler o que ela escrevia, essa é a única conclusão lógica [reconciliação]. Ela parece não ter ideia nenhuma daquilo que as suas acções haviam causado junto de Brian.

Quando ambos se encontraram, Brian contou-lhe tudo o que aconteceu na sua vida e ela, totalmente abstraída do sofrimento de Brian, tentou equivaler o que ele lhe contava relatando aquilo pelo que ela tinha passado.

Montando uma pequena câmera numa caneta, Freddie Parish, o investigador privado, teve a ideia de secretamente gravar Wanetta, e levá-la a retratar-se da acusação que ela lançou sobre Brian.

‘Não, Ele Não Me Violou’

“Não, ele não me violou”

Foi perguntado a Wenetta se Brian a havia violado, ao que ela respondeu, “Não, ele não me violou.” Parish pensou consigo mesmo “wow! Conseguímos o que queríamos!” Mas ela também admitiu que estava preocupada com a possibilidade de ter que devolver os $750,000 pagos durante o processo legal levantado contra as escolas de Long Beach. Ela disse o seguinte a Brian:

Eu farei tudo o que for necessário para te ajudar, mas, tipo, ao mesmo tempo, o dinheiro que eles nos deram, digo, que me deram, não quero devolvê-lo.

Para além disso, Gibson temia a forma que a retratação afectaria a sua relação com os filhos.

Como forma de se ver o quão mal ela se sentia, e o quão madura ela estava agora, Wenetta mais tarde alegou que a retratação em si era uma mentira, e que Brian a havia oferecido $10,000 de suborno como forma de levá-la a afirmar que ele não a havia violado. Esta última acusação, tal como a anterior, não tinha qualquer tipo de plausibilidade uma vez que Brian não tinha dinheiro. “Foi revoltante,” afirmou Brian perante um repórter televisivo.

Depois de tudo ter terminado, Brian contou o comentário “o que passou, passou” no programa de televisão de Jay Leno, e a audiência manifestou-se ruidosamente.

Verdadeiramente Livre

Armado com a retratação em vídeo, e ciente da ausência de qualquer evidência para as alegações de Wenetta, Justin Brooks convenceu o promotor distrital a analisar novamente o caso. Books disse:

Eu disse-lhes, ‘Falem com ambos e vocês verão que ele está a dizer a verdade e ela está a mentir’. Não só ela não tinha qualquer tipo de credibilidade, como eles levaram a cabo a sua própria investigação.

Na audiência realizada no dia 24 de Maio de 2012, e perante o Juíz Mark C. Kim, o jurista que presidiu o caso original, o Promotor concordou com Brooks e convenceu o juíz de que a condenação de Brian deveria ser revertida. Brian curvou a cabeça. Não foram só lágrimas que caíam da sua face, mas sim rios de lágrimas.

Numa questão de dias, Brian Banks — o miúdo que havia sido preso e cujo mundo havia sido virado do avesso quando tinha apenas 16 anos com base numa mentira; o miúdo a quem havia sido dito que nunca mais teria permissão para voltar à sua escola, mesmo que estivesse inocente; o miúdo que foi pressionado a aceitar um acordo judicial só porque era um jovem negro corpulento, e porque supostamemnte ninguém acreditaria nele; o miúdo que passou mais de cinco anos preso e forçado a usar um tipo de engenho de rastreamento que normalmente é colocado nos animais; o miudo que não conseguia arranjar um emprego desde a altura que havia saído da prisão, e como consequência via-se forçado a viver com amigos e familiares — ESSE MIÚDO — recebeu propostas para treinar na NFL [National Footbal Association] com os Seattle Seahawks, os San Francisco 49ers, os San Diego Chargers, e os Kansas City Chiefs.

Mike Shanahan, treinador dos Redskins, ligou para Brian pessoalmente e disse:

Falei com ele pelo telefone. Acho que quando uma pessoa passa pelo tipo de situação que ele passou, merece uma oportunidade para treinar para alguém. Considerando tudo o que ele passou, lendo apenas a sua história – não o conheço pessoalmente – liguei para ele e disse ‘Adoraríamos ter-te aqui a treinar.’ Para a semana ele vem cá treinar e por essa altura veremos em que tipo de forma ele se encontra.

Este miúdo merece uma oportunidade.

Para além disso, ele recebeu uma oferta não-solicitada do presidente e CEO dos Arizona Diamondbacks. Infelizmente, até hoje [ed: altura em que o texto original foi escrito] Brian não conseguiu ainda um contrato profissional na NFL. Durante o Verão, ele assinou com os Las Vegas Locomotives, da “United Football League”; jogou 4 vezes como linebackerantes de problemas financeiros forçarem a Liga a cancelar o resto da época.

Mas mesmo assim, Brian mantém de espirito positivo. Quando ele esteve presente no programa de Jay Leno, a primeira coisa que este jovem – que havia dito a 8 de Julho de 2002 que se encontrava “no ponto mais alto do mundo” – disse a Jay Leno foi que ele se encontrava “no ponto mais alto do mundo.”

Um jornal declarou que “a Justiça eventualmente prevaleceu”, mas será isto verdade?

Depois da Tempestade

Brian, hoje com 27 anos, diz que quer colocar tudo isto para trás e que não está a pensar em avançar com acções legais contra Wanetta.

Permaneci imbatido durante toda esta situação, e sei que se conseguir passar por isto e ter de volta a minha vida, serei capaz de atravessar o resto. Com esta renovada liberdade, promete-te e juro-te que farei grandes coisas.

O conhecido escritor desportista Rick Reilly escreveu:

Não te conheço, mas não me lembro de outra história que alternadamente me tenha dado vontade de esmurrar alguma coisa e abraçar alguém. A forma como Banks se segurou, sem amargura ou cólera, gracioso e corajoso, faz com que desejes que ele se candidate para o Senado Americano. Se fosse eu no lugar dele, eu estaria a bater com o pé no chão, agitando acções legais e gritando EU BEM TE DISSE que eu não o fiz!!!!

O Ministério Público de Los Angeles afirmou que não tem planos de acusar Wenetta Gibson pelas falsas alegações, afirmando que seria um caso difícil de provar. Brian Banks tentará obter $100 por cada dia que ele esteve injustamente preso – que perfará um total de $200,000. Isto é tudo o que a lei permite que ele receba. Segundo se sabe, Wenetta ficará com o dinheiro que obteve pela alegada violação. Existem evidências de que a maior parte do dinheiro foi gasto em coisas como carros e afins, portanto, mesmo que a escola distrital não tivesse à sua frente dificuldades legais para obter o seu dinheiro de volta, Wenetta encontra-se practicamente à prova de qualquer juízo.

“Não quero devolver [o dinheiro]”

Ela recebeu assistência pública durante um tempo, e os seus filhos ainda recebem. Inicialmente, Wenetta foi ordenada a pagar $600 por mês em pensão para os filhos, mas durante o ano passado [ed: 2011], os oficiais do distrito disseram que ela não tinha que pagar nada, citando uma falta de rendimento e emprego.

– Community of the Wrongly Accused, “‘Bygones Be Bygones’: The Unspeakable Injustice to Brian Banks”, 28.12.2012. Fonte: http://bit.ly/29erxJz.
– Marxismo Cultural, “A terrível injustiça feita a Brian Banks”, 5.01.2013. Fonte: http://bit.ly/294swzk

Comentários