“Novo feminismo crê que realidade de mulheres muda se mudarmos como são vistas, e não o contrário.”


Fonte:   http://bit.ly/1WqKMSj  

– Natália Pimenta, Aline Toledo, Perci Marrara e Laura Gontijo, feministas marxistas, Partido da Causa Operária

“O novo feminismo se baseia em teorias como a de Foucault, que coloca os “micropoderes” como fundamentais na constituição do sistema geral de opressão. Segundo ele, é preciso ‘captar o poder em suas extremidades, em suas últimas ramificações, lá onde ele se torna capilar; captar o poder nas suas formas e instituições mais regionais e locais (…) Em outras palavras, ao invés de perguntar como o soberano aparece no topo, tentar saber como foram constituídos, pouco a pouco, progressivamente, realmente e materialmente os súditos, a partir da multiplicidade dos corpos, das forças, das energias, das matérias, dos desejos, dos pensamentos, etc.’

Ou seja, o sistema de opressão, teria sido formado a partir da subjetividade de cada indivíduo, que se deixou dominar. O problema não seria material e, consequentemente não poderia ser resolvido materialmente. Daí que ele só possa ser revertido por meio da mudança de cada um dos indivíduos que se deixou dominar, e que deixaria de ser dominado. Do mesmo modo, o poder central, o Estado, que assegura o poder da classe dominante, não deveria ser combatido diretamente e sim suas “últimas ramificações”, os micropoderes exercidos em cada local.

É a crença de que o pensamento pode mudar a realidade. Ou seja, se mudarmos a forma que a sociedade vê a mulher, ou se impusermos um determinado código de conduta diante da mulher, a realidade desta vai mudar.

Alguém acreditaria que mudar a ideia do senhor de escravo a respeito do escravo muda a condição deste último? Ou melhor, alguém realmente acredita ser possível mudar a consciência seja do senhor de escravos, seja da sociedade escravocrata, enquanto ainda houver escravidão? Isso é evidentemente um absurdo.”

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