Preso por estupro é ‘julgado e condenado à morte’ por demais detentos em SP


Fonte:   http://bit.ly/1UvsDU6  

Preso por estupro é ‘julgado e condenado à morte’ por demais detentos em SP

A Tribuna, 10.08.2015.

Pedreiro preso por estupro é encontrado morto em CDP de Praia Grande

Ele foi amarrado e enforcado por outros três detentos, que assumiram a autoria do crime e alegaram que o pedreiro foi executado por conta de sua conduta nas ruas

BRUNO LIMA

10/08/2015

Preso por estupro no mês de março, o pedreiro Adílson Carneiro, de 50 anos, foi ‘julgado e condenado à morte’ em uma das celas do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Praia Grande, na tarde do último domingo. Ele foi amarrado e enforcado por outros três detentos, que assumiram a autoria do crime e alegaram que o pedreiro foi executado por conta de sua conduta nas ruas.

Adílson foi preso em 20 de março, depois de atacar uma biomédica de 26 anos, dentro de um terreno baldio, em Belmira Novaes, Peruíbe, por volta das 19 horas. A morte do pedreiro ocorreu por volta do meio-dia na ala do ‘seguro’ – cela onde ficam estupradores e presos cujo contato com os demais pode ser perigoso – do CDP. Assim que foi chamado na cela, um dos carcereiros encontrou Adílson pendurado pelo pescoço e já sem vida.

Ao questionar os demais presos da ala sobre o ocorrido, o carcereiro viu Cristiano Pereira de Araujo, de 33 anos, Fagner Nascimento de Freitas, de 29, e Diego Menezes Souza, de 28, assumirem a autoria do homicídio. Durante as justificativas, o trio comentou que o fato do pedreiro ter estuprado uma mulher nas ruas era inadmissível.

Diante da confirmação da morte do pedreiro, o delegado Fernando Henrique Faria, de plantão na Delegacia do Município, compareceu ao CDP e indiciou os três por homicídio qualificado.

 O crime

O abuso sexual foi cometido na Avenida Padre Anchieta, na altura da Lagoa Paturi, no dia 14 de março, porém com vergonha do crime, a biomédica demorou três dias para registrar a ocorrência.

Segundo a vítima, o pedreiro, já conhecido dos moradores do bairro por dividir um casebre abandonado junto com andarilhos, teria se aproximado de forma suspeita. Crente de que seria assaltada, ela fez menção de entregar a bolsa que carregava. No entanto, a biomédica foi empurrada para dentro de um terreno baldio, onde foi derrubada e mordida em várias partes do corpo pelo criminoso.

Deitada de bruços, a vítima tentou gritar por socorro, mas como o local era ermo, ela não chamou a atenção de ninguém. Após o estupro, o acusado fugiu em direção a uma aldeia indígena, mas acabou localizado dias depois. Apesar de negar a autoria do abuso, o pedreiro foi categoricamente reconhecido pela biomédica e recolhido ao CDP.

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