– São Paulo, 2017.
Associações de magistrados repudiaram o assassinato da juíza Claudia Zerati, morta pelo marido, o delegado Cristian Sant’ana Lanfredi, no último domingo, no apartamento do casal em São Paulo. Lanfredi, que estava afastado do trabalho por problemas psicológicos, atirou na mulher e se matou em seguida.
Em nota divulgada nesta segunda-feira, a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) e a Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 2ª Região (Amatra-2) repudiaram “os gritantes números de feminicídio que ainda grassam no Brasil, evidenciando uma realidade trágica que, agora, colhe a vida de uma juíza”.
O texto lembra que, em 2016, ocorreram 4,8 assassinatos a cada 100 mil mulheres, o que colocou o Brasil no 5º lugar no ranking mundial de países quanto ao feminicídio. Segundo o Mapa da Violência 2015, dos 4.762 assassinatos de mulheres registrados no Brasil em 2013, 50,3% foram cometidos por familiares e 33,2% pelo parceiro.
“O machismo mata. E as campanhas publicitárias de ocasião não bastam para contê-lo”, afirma a nota.
As entidades de magistrados cobraram uma “rigorosa e pronta apuração dos fatos, para o rápido esclarecimento de todos os aspectos eventualmente nebulosos que ainda cerquem esse trágico episódio”.
O corpo de Claudia será enterrado nesta segunda-feira em Campinas.
O crime aconteceu no início da noite do último domingo. Segundo o que a polícia apurou, Lanfredi deixou a filha do casal, de seis anos, no apartamento do padrinho dela por volta das 4h30. Voltou a seu apartamento, no mesmo prédio, atirou em Claudia e se matou.
Investigadores ainda tentam descobrir a motivação do crime. A criança contou ao padrinho que os pais haviam brigado, porque Lanfredi não queria tomar remédios para seu problema de saúde.
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