
– Diário Gaúcho, 2012.
A mãe de uma estudante de Gravataí, na Região Metropolitana, usou as próprias mãos para tentar resolver os desentendimentos constantes entre a filha e uma colega.
Um vídeo gravado a uma quadra da Escola Estadual Antônio Gomes Corrêa mostra a mulher, acompanhada de duas sobrinhas, espancando uma adolescente de 14 anos.
Nesta sexta-feira, o titular da 1ª Delegacia da Polícia Civil, Anderson Spier, deve ouvir a vítima e familiares. Ele estuda indiciar a agressora por lesão corporal leve (as outras duas teriam menos de 18 anos). A pena é de três meses a um ano de prisão, mas pode ser revertida em multa ou serviço comunitário. A aluna cuja mãe agrediu a colega, de 15 anos, não participou da briga.
O fato aconteceu na terça-feira da semana passada, por volta do meio-dia, quando se encerrou o turno da manhã. As imagens feitas com o celular de outro aluno da escola mostram a adolescente cercada pelas três mulheres antes de levar uma série de socos. A violência só parou quando ela caiu no chão, desacordada.
— Foi muito assustador. Recebi um telefonema da escola dizendo que minha filha tinha sido levada para o hospital depois de uma briga muito feia — contou a mãe da estudante agredida.
A adolescente sofreu lesões no rosto e ainda sente dores na costela. O trauma, no entanto, é o maior sofrimento, relata a mãe:
— Ela está com medo até de sair na rua. Estou levando para a escola e buscando todo o dia.
Conforme a diretora do colégio, Fátima Garcez, as duas adolescentes já haviam se desentendido antes.
— É comum o bate-boca entre os adolescentes. O que não é comum é um adulto intervir e agredir um menor de idade — diz ela, que sugeriu a troca para uma das alunas envolvidas. — A gente teme pela segurança das duas na escola. Existe uma indignação, um clima hostil — completa
A mulher que agrediu a colega da filha é mãe de outros dois alunos. Ela alega que não vai transferir nenhum deles e que bateu na estudante de 14 anos para defender a filha. A mulher mostrou à Zero Hora um vídeo em que a adolescente agredida por ela atinge a filha com socos e chutes no pátio da escola.
— Teve uma vez que ela arrancou a corrente do pescoço da minha filha e jogou dentro de uma lixeira — relata.
Questionada sobre arrependimento, é taxativa:
— Vou ser bem sincera. A agressão foi mesmo um ato impensado. Mas para defender meus filhos faço qualquer coisa.
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